Quadro vintage "A paz e as artes são melhores do que a brutal glória das armas" de Philippe Swyncop

Requintado óleo sobre tela assinado e datado pelo artista belga Philippe Swyncop (1878 - 1949) no canto inferior esquerdo. A placa na parte inferior da moldura diz: "La Paix et les Arts valent mieux que la Gloire brutale des armes"; ou seja, a paz e as artes valem mais do que a glória brutal das armas. A tela representa, portanto, uma alegoria sobre o triunfo da paz e das artes face às consequências brutais da guerra. Do lado direito, de pé, um homem representando a guerra, imerso em sombras e segurando a espada com a qual acaba de matar um jovem, cujo corpo aparece estendido no chão num violento encurtamento, cuja cabeça parece perfurar os limites da tela. Ao seu lado, uma mulher chora inconsolavelmente pela perda, representando a devastação e os horrores causados pela guerra. E diante da guerra, as artes. Do lado esquerdo, a vegetação torna-se exuberante. A cor acompanha o significado da obra. Todo o significado parece estar contido na criança, a única figura que olha diretamente para o observador e aparece a sorrir. Nesta obra podem ver-se as características da pintura flamenga. Esta escola teve a sua origem no século XV, e assumiu um papel fundamental na História da Arte Europeia durante os séculos XV, XVI e XVII, embora a sua influência tenha continuado nos séculos seguintes. Durante o período Barroco, Rubens foi o autor mais influente e o que melhor expressou as tendências deste movimento. A obra de Rubens é marcada pela sua passagem por Itália, onde se dedicou ao estudo da Antiguidade Clássica e do Renascimento italiano, especialmente atraído pela escola veneziana e por autores como Caravaggio e Annibale Carracci, de quem retirou a sensibilidade e o sentido de beleza compatível com a expressão enérgica dos sentimentos. Devido à influência da pintura flamenga, as figuras aparecem redondas e volumosas, com um estudo anatómico muito preciso. Destaca também a complexidade da composição, com numerosas figuras e uma disposição complicada. A importância da cor em relação ao desenho também não pode ser ignorada, à qual se junta a pincelada solta e vaporosa, ainda reminiscente do estudo de Rubens e da assimilação das características da escola veneziana, juntamente com o sentido decorativo. No centro da composição, a vegetação abre-se para dar lugar a um campo aberto onde, num plano distante, se vê um casal a dançar. O triunfo da vida. É também a memória da figura literária "hortus conclusus", que aparece pela primeira vez no relato bíblico do Cântico dos Cânticos, evocando o Éden, o jardim idílico e fechado, criado por Deus para o homem e do qual este foi expulso. Foi precisamente o desejo de recuperar esse paraíso perdido que impulsionou o carácter poético desta figura e que a fez perdurar no tempo, desde as primeiras representações medievais (baseadas na interpretação cristã), até às várias correntes artísticas do século XX. Philippe Swyncop foi um pintor, desenhador e ilustrador de origem belga. Formou-se na Academia de Bruxelas, mas nunca deixou de viajar, o que fez com que o seu estilo pessoal fosse formado pela soma de múltiplas influências. Nas suas obras são constantes as referências à arte renascentista e aos nus dos grandes mestres da pintura, o que demonstra a sua formação clássica e académica. É especialmente reconhecido pelos seus retratos, pelo que esta grande obra se destaca dentro da sua produção, dadas as suas grandes dimensões e a sua temática. É uma mistura entre o modernismo típico da época em que viveu e o seu profundo desejo de evocar um classicismo refinado, idealizado, de beleza transbordante, tentando assim ligar-se aos grandes mestres de épocas anteriores. Dimensões: 118 x 170 x 5 cm. / 100 x 150 cm. A moldura é um presente. Referência : 306033